Quisemos aproveitar o nosso elefante para contar um conto "O Elefante na Escuridão". Este conto mostra algo que acreditamos ser muito importante: conhecermos à nós mesmos e conhecermos nossa forma de perceber. Muitos dos grandes problemas das pessoas, e entre as pessoas são causados por confusões, pela falta de conhecimento de nós mesmos. Estas confusões podem ser causa dos mas variados distúrbios desde o sofrimento pessoal até as guerras. O conto tem muitos níveis e pode ser aplicado nas diversas dimensões da cognição e consciência humana. "O Elefante na Escuridão: Os sábios de todas as épocas nos ensinam que a mente humana tende a generalizar a partir de evidências parciais, e que a percepção humana pode ir muito mais além do óbvio e destas parcialidades, transcendendo todas as aparentes diferenças e encontrando a unidade. Poderá você conceber-se experimentando a existência de uma forma mais completa? O conto que segue é uma das formas em que os sábios tentam ajudar a nos libertar dos limites da percepção e assim chegar na consciência da realidade. Em uma cidade onde jamais um elefante tinha sido visto, quatro pessoas curiosas foram vê-lo. Quando chegaram ao estábulo encontraram o elefante na escuridão. Portanto, a investigação tinha que ser realizada em pleno escuro, apalpando. O primeiro tocando-lhe a orelha, imaginou que era uma gigante borboleta. Com medo do que pensou, saiu correndo não conseguindo desvendar nada mais. O segundo apalpou a tromba e concluiu que a criatura parecia uma terrível serpente, também assustado, saiu correndo. Quando o terceiro colocou a mão nas costas do elefante, ficou convencido de que se tratava de uma espécie de trono, imaginando que isto significava que outro rei queria tomar a cidade, saiu correndo assustando a todo o povoado. O último, tocou uma das patas, concebeu com a sua imaginação limitada apenas uma grande árvore. Pensando já conhecer o que se tratava, dispensou a possibilidade de continuar a exploração e abandonou o lugar. Nenhum deles formou a imagem completa do grandioso animal. A parte do elefante que cada um apalpou e sentiu foi associada automaticamente à memórias que eles já conheciam. Alguns pelo medo do que a fantasia distorcida gerou e outros por acreditar que tudo conheciam, não foram adiante com a investigação. O resultado da expedição, era pura confusão. Cada um tinha certeza de que só ele estava certo; nenhum dos outros moradores do vilarejo conseguia entender o que tinha acontecido ou o que os investigadores tinham realmente experimentado. Mas, o grande sábio da cidade, que conhecia um elefante, ria sem parar de toda a confusão que se tinha armado. Como todos lhe tinham um grande respeito, aceitaram sua proposta de rever aquilo que com certeza imaginavam conhecer. E o fizeram apesar de seus medos... Chegando no estábulo o sábio simplesmente acendeu a luz, foi então que todos viram a totalidade do que realmente se tratava: um elefante. E também eles riram sem parar da confusão que os tinha antes dominado."